Poze do Rodo é preso no Rio por suspeita de ligação com facção criminosa e apologia ao crime
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O cantor de funk Poze do Rodo foi preso no início da manhã desta quinta-feira (29), no bairro Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com base em um mandado temporário expedido pela Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, o artista é suspeito de manter vínculos com o Comando Vermelho (CV), considerada a maior facção criminosa do estado. As investigações apontam que Poze não apenas se apresenta em comunidades controladas pelo tráfico, mas que seus shows são supostamente financiados pela própria facção, como forma de exaltar o poder do grupo, fortalecer sua influência territorial e aumentar a movimentação financeira com a venda de entorpecentes.

Os agentes relatam que durante os eventos, a presença de criminosos armados — inclusive com fuzis — é constante. Esses indivíduos fariam a segurança do evento e também de Poze, o que reforça, segundo os investigadores, a atuação direta da facção na organização desses bailes.
As autoridades afirmam ainda que tais eventos não são apenas musicais: funcionam como verdadeiras ferramentas para o tráfico, incentivando o consumo de drogas, gerando lucros para o grupo criminoso e possibilitando a compra de novas armas e equipamentos.

Além disso, as letras das músicas apresentadas pelo cantor também estão sendo investigadas. De acordo com a DRE, Poze faz apologia ao crime em suas canções, exaltando o uso de armas de fogo e promovendo mensagens que incitam confrontos entre facções rivais. Tais conteúdos, segundo os investigadores, extrapolam os limites da liberdade de expressão e representam risco direto à segurança pública.
No Brasil, a apologia ao crime é considerada ilegal segundo o Artigo 287 do Código Penal, que define como crime o ato de defender ou enaltecer publicamente ações criminosas ou criminosos. A pena prevista é de três a seis meses de prisão ou multa.
O caso segue em apuração. A polícia informou que a investigação não se encerra com a prisão do cantor: a operação pretende identificar outros indivíduos envolvidos na realização dos shows e também possíveis patrocinadores e colaboradores do esquema, que possam estar ligados ao apoio logístico e financeiro da facção.
A prisão de Poze do Rodo levanta um debate importante sobre os limites entre arte, responsabilidade social e o uso da cultura como meio de manipulação e poder por organizações criminosas.
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Gilson
Escritor, músico e comunicador compartilhando histórias que conectam Tibagi ao mundo.