Dia Nacional da Liberdade de Imprensa reforça luta por um jornalismo livre e sem censura no Brasil
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O Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, celebrado neste início de junho, é mais do que uma simples data no calendário: é um marco da resistência democrática brasileira. A comemoração remete ao manifesto publicado em 7 de junho de 1977, quando jornalistas de todo o país se posicionaram publicamente contra a censura imposta durante o regime militar.
Quase cinco décadas depois, a data continua sendo uma oportunidade de reflexão sobre os desafios enfrentados pelos profissionais da comunicação, o papel do jornalismo na construção de uma sociedade justa e a constante necessidade de proteger a liberdade de expressão.
Marco histórico da resistência
O manifesto de 1977 foi um momento decisivo na luta contra a censura no Brasil. Em plena ditadura militar, quando a imprensa sofria com a repressão sistemática, jornalistas de diferentes veículos se uniram para denunciar publicamente as violações à liberdade de expressão.
O documento, assinado por centenas de profissionais da comunicação, representou um ato de coragem coletiva que ajudou a pavimentar o caminho para a redemocratização do país. Foi um grito de resistência que ecoou por todo o território nacional e marcou o início de uma mobilização mais organizada pela liberdade de imprensa.
Direito constitucional em constante defesa
A liberdade de imprensa é um direito fundamental garantido pela Constituição, mas que ainda sofre ameaças de diversas formas — seja por meio de pressões políticas, violência contra jornalistas, tentativas de desinformação, ou cortes de acesso à informação pública.
O artigo 5º da Constituição Federal garante a livre manifestação do pensamento e veda o anonimato, enquanto o artigo 220 estabelece que "a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição".
Entidades em defesa da liberdade
Entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) reforçam que o respeito à liberdade de imprensa é essencial para a transparência do poder público, a fiscalização das instituições e a garantia de voz aos diferentes setores da sociedade.
Essas organizações mantêm observatórios permanentes sobre violações à liberdade de imprensa, oferecendo apoio jurídico a jornalistas ameaçados e promovendo campanhas de conscientização sobre a importância da imprensa livre para a democracia.
Ameaças contemporâneas
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado casos crescentes de ataques à imprensa, especialmente em ambientes digitais e coberturas sensíveis. O monitoramento da Repórteres Sem Fronteiras coloca o país em alerta quanto à segurança dos jornalistas, principalmente em contextos eleitorais, protestos e denúncias de corrupção.
As ameaças não se limitam à violência física. Incluem também campanhas de desinformação contra veículos de comunicação, tentativas de deslegitimação do trabalho jornalístico, processos judiciais abusivos e pressões econômicas através de boicotes publicitários.
Desafios da era digital
A era digital trouxe novos desafios para a liberdade de imprensa. Se por um lado democratizou o acesso à informação e criou novos canais de comunicação, por outro facilitou a disseminação de desinformação e criou novos mecanismos de pressão e intimidação contra jornalistas.
As redes sociais se tornaram palco de ataques coordenados contra profissionais da imprensa, enquanto algoritmos podem limitar o alcance de conteúdos jornalísticos. Esse cenário exige novas estratégias de proteção e defesa da liberdade de expressão.
Resistência e compromisso democrático
Celebrar o Dia da Liberdade de Imprensa é, portanto, um ato de resistência e defesa da democracia, do direito à informação e do jornalismo ético, independente e comprometido com a verdade. É reafirmar que uma sociedade livre precisa de uma imprensa livre.
A data nos lembra que a liberdade de imprensa não é uma conquista definitiva, mas um direito que precisa ser constantemente defendido e preservado. Cada geração de jornalistas tem a responsabilidade de manter acesa a chama da liberdade de expressão.
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Gilson
Escritor, músico e comunicador compartilhando histórias que conectam Tibagi ao mundo.