Desmatamento e incêndios disparam na Amazônia e no Pantanal, e governo decreta emergência ambiental
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O mês de maio de 2025 trouxe dados alarmantes sobre a situação ambiental no Brasil. O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 92% em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo impressionantes 960 km² de área devastada. O avanço da destruição florestal também se estende ao Pantanal, que vive uma das piores temporadas de queimadas dos últimos anos.
De acordo com levantamentos oficiais, 51% da devastação na Amazônia foi causada por incêndios florestais, o que evidencia a intensificação das queimadas ilegais e descontroladas. O aumento de focos de calor tem relação direta com a ação humana, avanço do agronegócio em áreas protegidas, e a ausência de chuvas em regiões críticas.
Estado de emergência ambiental
Diante da gravidade do cenário, o governo federal declarou estado de emergência ambiental, permitindo a mobilização de recursos e reforço de pessoal para ações emergenciais de combate ao fogo e proteção dos biomas. Equipes da Força Nacional, Ibama e ICMBio já atuam em regiões de maior risco com apoio de brigadistas e aeronaves.
A medida permite a liberação imediata de verbas para operações de combate ao fogo, contratação emergencial de brigadistas, aluguel de aeronaves especializadas e aquisição de equipamentos de combate a incêndios. Também facilita a coordenação entre diferentes órgãos federais, estaduais e municipais.
Impactos na biodiversidade e clima
Especialistas alertam para as consequências diretas na crise hídrica, no equilíbrio climático e na biodiversidade. A perda acelerada de cobertura vegetal compromete os ciclos de chuva, afeta nascentes e rios, além de colocar em risco comunidades indígenas, ribeirinhas e espécies ameaçadas.
A Amazônia é responsável por regular o clima de toda a América do Sul através dos chamados 'rios voadores' - massas de ar carregadas de umidade que se formam na floresta e levam chuva para outras regiões. Com o aumento do desmatamento, esse sistema natural fica comprometido.
Situação crítica no Pantanal
O Pantanal, conhecido por sua rica fauna e flora, também registra números elevados de incêndios, e as áreas úmidas, essenciais para o equilíbrio ambiental da região Centro-Oeste, estão sofrendo com a estiagem prolongada e a combustão da vegetação seca.
A planície pantaneira, que abriga a maior concentração de vida selvagem das Américas, vê suas paisagens transformadas pelas chamas. Animais como onças-pintadas, jacarés, capivaras e centenas de espécies de aves estão sendo forçados a migrar ou enfrentam risco de morte.
Números que preocupam
Os dados de maio representam um dos piores resultados dos últimos cinco anos para o período. A área de 960 km² desmatada equivale a mais de 96 mil campos de futebol, uma dimensão que ilustra a magnitude da devastação em apenas um mês.
O fato de mais da metade da destruição ser causada por incêndios indica que não se trata apenas de desmatamento tradicional, mas de uma escalada no uso do fogo como ferramenta de limpeza de áreas, prática que frequentemente sai de controle e se espalha para áreas protegidas.
Ações de combate e fiscalização
Diante desse cenário crítico, ambientalistas, cientistas e organizações não governamentais reforçam a necessidade de ações contínuas de fiscalização, políticas de conservação e combate ao crime ambiental, além do fortalecimento das instituições responsáveis pela proteção dos biomas brasileiros.
As operações de combate incluem o uso de satélites para monitoramento em tempo real, drones para identificação de focos de incêndio, e equipes terrestres especializadas em combate ao fogo em vegetação nativa. A coordenação entre diferentes esferas de governo é considerada fundamental para a eficácia das ações.
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Gilson
Escritor, músico e comunicador compartilhando histórias que conectam Tibagi ao mundo.