Blog do Gilson

Brasil bate recorde de abates no 1º trimestre de 2025 impulsionado por exportações e mercado interno

5 min de leitura
Brasil bate recorde de abates no 1º trimestre de 2025 impulsionado por exportações e mercado interno
O setor agropecuário brasileiro registrou um marco histórico no primeiro trimestre de 2025: o maior número de abates de bovinos, suínos e aves já registrado para o período, segundo dados consolidados pelo Valor Econômico. A elevação expressiva está ligada principalmente ao crescimento da demanda externa, às condições cambiais favoráveis para exportação e à intensificação do descarte voluntário de fêmeas, principalmente no rebanho bovino.
Nos primeiros três meses do ano, foram abatidos mais de 9,4 milhões de bovinos, número que representa uma alta de 25% em comparação ao mesmo período de 2024. Os frigoríficos atribuíram o aumento não apenas ao ciclo de preços, mas também à estratégia de descarte de fêmeas com baixa produtividade, o que tende a reduzir a capacidade reprodutiva futura e influenciar na oferta de bezerros a médio prazo.
No setor de suínos, o Brasil alcançou outro patamar histórico: mais de 14 milhões de animais foram abatidos, com crescimento de 8,5% sobre o ano anterior. A estabilidade nos preços da ração, combinada à forte procura de países asiáticos como China, Vietnã e Filipinas, estimulou a produção em larga escala.
Já o abate de aves, que tradicionalmente lidera em volume, superou a marca de 1,6 bilhão de cabeças no trimestre. A avicultura brasileira vem mantendo um ritmo forte de exportações para mercados exigentes como Europa, Oriente Médio e Japão. A boa performance do dólar em relação ao real também contribuiu para tornar o produto nacional ainda mais competitivo.
**Mercado internacional aquecido** Segundo analistas do setor, a busca por proteínas brasileiras deve continuar em alta nos próximos meses, impulsionada por fatores como conflitos geopolíticos que afetam outros fornecedores, exigências sanitárias rígidas em grandes importadores e uma cadeia de suprimentos global que ainda se recupera dos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia.
**Impactos futuros** Especialistas alertam, no entanto, que o ritmo acelerado de abate de fêmeas pode reduzir a oferta futura de gado e pressionar os preços da carne bovina no médio e longo prazo. Esse fenômeno já foi observado em outros ciclos da pecuária brasileira.
A tendência é de que o segundo trimestre mantenha o ritmo forte de produção, especialmente com as novas liberações sanitárias em mercados como Indonésia e México, que abriram recentemente suas portas para carne brasileira. Ao mesmo tempo, o setor segue atento à evolução dos custos de produção e à manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno.
Participe da comunidade no WhatsApp e receba as principais notícias de Tibagi e Região na palma da sua mão.
Gilson

Gilson

Escritor, músico e comunicador compartilhando histórias que conectam Tibagi ao mundo.

Compartilhe: